Pegou fogo na quiçaça
Quero vê coelho saí
Nesta mata ninguém caça
Enquanto eu tiver aqui
Este pouco que me resta
Ainda posso repartí
Faço parte desta festa
Minha viola vai tiní
Quem tem pressa come quente
É um ditado dos antigo
Na casa de inteligente
Malandro não pede abrigo
Pra quem vive no pecado
A recompensa é o castigo
No amor fui enganado
Solidão mora comigo
Pescador tá no barranco
Dentro d’água tem anzol
É preto, moreno e branco
Sob a luz do mesmo Sol
Tá debaixo da coberta
O buraco do lençol
A cinta só não aperta
Pra quem usa suspensol
O bico do meu sapato
Não costuma chutar toco
Conheço o pulo do gato
De tudo aprendi um pouco
O som da minha viola
Não é ardido e não é choco
Muita gente se consola
Com a voz deste caboclo